Senti (dor)

Não pude enxergar

Ou será que eu não quis ver o sol?

Luz que ilumina a alma

Palavras

e só

E ainda clamam calma

Ardilosa é

Da boca prezam o silêncio

Da saliva sobram o “gosto” da comida azeda

Não aproveitando o sabor de um banquete propenso

Mas os o l h o s estão em todo lugar

Todos podem “ver”

Mas poucos querem enxergar

Ardilosa é

Clamam por ajuda

Dizem que o fim está próximo

Não a ouvimos

Porque preferimos “escutar”

Porque estamos mais preocupados em cultivar esse fim

Ardilosa é

De um jardim repleto de flores restaram

O cheiro podre que fede a sujeira de vidas secas…

Mas preferimos “cheirá-las”

Que aproveitar seu aroma de rosas frescas

Ardilosa é

As mãos estão sempre ocupadas,

despedaçando as poucas pétalas

E seus espinhos

Preferimos “tocar”

E não sentir a dor

Porquê é melhor fingir que está tudo bem

E isso alimenta o ego.

Carolaine Lopes é escritora, poeta, graduada em letras - língua portuguesa pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB) e apaixonada pela arte desde a infância - das tintas à caneta. Publicou seu primeiro livro Versos para Além dos muros em uma coletânea de poesias com outros autores e teve seu poema Quantos mais? Classificado e publicado na edição Poetize 2025, da editora Vivara, consolidando ainda mais sua trajetória literária. Além disso, foi selecionada para executar o projeto aprovado para publicação de uma antologia, iniciativa da PNAB (Lei Audir Blanc) tendo o lançamento do seu primeiro livro solo Meu Sonho Doce: Antologia de Poesias, Contos e Doces Devaneios em maio de 2025. Também participou de oficinas de escrita criativa com estudantes do ensino básico, de conversas literárias sobre sua obra e feiras culturais. Seus textos transitam entre a fantasia e a realidade, misturando a doçura dos sonhos à profundidade das emoções humanas.

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